Introdução
Olá, pessoal!
O destaque desta semana é o lançamento do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034 pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que projeta variações na oferta, demanda, importação e exportação de derivados de petróleo, biocombustíveis e GLP para os próximos 10 anos.
Além disso, o Plano de Negócios 2025-2029 da Petrobras confirma o interesse da estatal em retornar à produção de etanol por meio de parcerias com grandes produtores.
Boa leitura!
Terminais
Vast realiza primeira operação em terminal de líquidos
A Efen, anteriormente conhecida como NFX, realizou o transbordo de diesel marítimo (MGO) na modalidade ship-to-barge, transferindo o combustível de um navio MR para uma barcaça. Com a conclusão do parque de tancagem prevista para o final de 2025, a Efen terá uma capacidade de 20.000 metros cúbicos, dentro de um total de 84.000 metros cúbicos do terminal.
Em julho, a Vast e a Vibra firmaram um contrato de 20 anos para armazenagem de óleos básicos, utilizados na produção de lubrificantes, ocupando cerca de 20% da capacidade total do terminal.
Frota
Etanol desponta como alternativa sustentável ao diesel em veículos pesados
A indústria de transporte pesado está intensificando pesquisas para substituir o diesel por etanol, visando atender às metas globais de descarbonização. No Brasil, a Cummins desenvolveu um motor dedicado ao etanol, apresentado na Fenatran em novembro de 2024, que utiliza uma mistura de até 80% de etanol.
Veja também: Vale, Komatsu e Cummins farão caminhão movido a etanol e a diesel | Volvo lança caminhão flex, que roda com qualquer mistura de diesel e biodiesel
Oferta e Demanda
Petrobras anuncia retorno ao mercado de etanol com investimento de US$ 2,2 bilhões
A estratégia, delineada no Plano de Negócios 2025-2029, visa estabelecer parcerias com grandes produtores para criar uma joint venture que permita à empresa iniciar operações em larga escala.
A empresa está avaliando tanto a produção de etanol a partir de cana-de-açúcar quanto de milho, com o objetivo de implementar rapidamente as operações por meio de acordos estratégicos.
"Se for no Centro-Oeste, existe uma sinergia na questão de transporte de combustíveis, levamos fóssil (na ida), e trazemos etanol (na volta) para o Sudeste."
Importações de diesel podem crescer 25% até 2034, de acordo com EPE
Estudo publicado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Energética, ligada ao Ministério de Minas e Energia, aponta que a depedendência das importações de diesel crescerá dos atuais 39 mil m3 para 49 mil m3 por dia, mesmo com o aumento previsto da capacidade doméstica de refino e produção de derivados.
Por outro lado, a previsão é de redução da necessidade de importações de gasolina, causada principalmente pela disponibilidade local de etanol e a redução gradual da demanda por conta da expansão de veículos leves híbridos e elétricos.
O estudo também antecipa a transformação do Brasil de um país importador líquido para exportador líquido de GLP, em função do aumento do processamento de gás natural proveniente do pré-sal.

Opinião
É essencial avaliar as premissas do estudo sob duas perspectivas: o crescimento da oferta, com a construção ou ampliação de refinarias, e a expansão da demanda, considerando projeções como o crescimento do PIB de 2,8% ao ano entre 2024 e 2034 no cenário de referência.
A expansão do refino local, embora exija altos investimentos, está fortemente vinculada à visão política da administração federal. A gestão atual anunciou planos de expansão na Rnest e no antigo Comperj, mas esses projetos podem ser interrompidos com mudanças no governo ou da capacidade de investimento da Petrobras.
Por outro lado, a história recente do Brasil indica que alcançar um crescimento médio do PIB de 2,8% ao ano é um objetivo desafiador.
Mesmo com o aumento da mistura de biodiesel ao diesel nos próximos cinco anos, o Brasil deve continuar sendo um importador relevante de diesel. Esse cenário apresenta um impacto neutro a positivo para terminais de armazenagem portuária e transportadores rodoviários.
No caso da gasolina, o panorama para terminais portuários é menos favorável, com expectativa de manutenção ou redução nos volumes importados.
Para os transportadores rodoviários e ferroviários, o cenário é misto. De um lado, a eletrificação da frota de veículos leves tende a reduzir a demanda por transporte de gasolina e etanol no longo prazo. Por outro lado, o aumento nas misturas de biodiesel e etanol, além da expansão significativa da produção de etanol de milho — que demanda transporte por maiores distâncias até as bases distribuidoras — deve elevar a necessidade de serviços de transporte.
Operadores de terminais de armazenagem podem aproveitar esse contexto diversificando suas operações, investindo em ativos de transbordo ferroviário ou hidroviário no interior.
Investimento de R$ 1,85 bilhão impulsiona produção de etanol de milho em Mato Grosso
O empresário Joci Piccini, em parceria com o ex-diretor comercial da ADM, Luciano Souza, e com a participação de fundos de investimento, está destinando R$ 1,85 bilhão para a construção de duas usinas de etanol de milho em Mato Grosso.
A primeira unidade, da RRP Energia, localizada em Tapurah, já tem 70% das obras concluídas e está prevista para entrar em operação em abril de 2025, com capacidade de processamento chegando em 2026 a 2,7 mil toneladas de milho por dia. A segunda usina, da Parecis Bioenergia, situada em Diamantino, tem início de produção programado para julho de 2026.
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